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Futuro do trabalho: Anamatra apresenta proposta de anteprojeto de lei para proteção do trabalhador em face da automação

O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Feliciano, participou, nesta quinta (29/11), de reunião do Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho. A reunião, realizada na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi conduzida pelo ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello, e marcou a apresentação de propostas das entidades para o enfrentamento dos desafios relacionados ao futuro do trabalho.

Na ocasião, o presidente apresentou sugestão de projeto de lei para a regulamentação do artigo 7º, inciso XXVII, da Constituição Federal, quanto à proteção jurídica do trabalhador em face dos efeitos negativos da automação. Segundo Feliciano, a proposta vai sanar uma omissão legal que perdura há 30 anos. “Procuramos trazer um caminho para efetivar as disposições constitucionais, sem perder de vista a atualidade e as possibilidades, inclusive patronais”, explicou.

De acordo com o presidente, a proposta da Anamatra parte das seguintes premissas: 1) imprescindibilidade da regulamentação do art. 7º, XXVII, CF (proteção jurídica contra a automação); 2) prestígio à representatividade sindical; 3) necessidade de qualificação dos trabalhadores para realocação no mercado de trabalho, protegendo-os, ademais, contra o desemprego, fator de insegurança social; 4) não comprometimento do núcleo essencial dos direitos trabalhistas básicos; e 5) necessidade de que os processos de automação sejam conduzidos com responsabilidade social.

As propostas apresentadas pelas entidades participantes da reunião serão compiladas pelo Comitê para efeito de integrar o relatório final ao Ministério do Trabalho, o que deve acontecer no dia 19 de dezembro.

Sobre a proposta da Anamatra – A proposta da Anamatra visa a estabelecer condições necessárias para que se assegure proteção aos trabalhadores urbanos e rurais em face de sistemas de automação, adotados ou em vias de serem adotados, implantados e desenvolvidos pelos empregadores, tomadores de serviços e outras pessoas a eles equiparados.

Nesses termos, a entidade propõe as hipóteses e termos em que a automação poderá ser adotada e os documentos pertinentes; a proteção residual das condições de trabalho dos trabalhadores remanescentes; os processos de reaproveitamento e realocação de mão de obra, especialmente quando se tratar dos segmentos especialmente protegidos (empregados do sexo feminino, aprendizes e idosos); o dever de informação e os períodos transicionais de garantia de emprego.

Também devem ser mantidas pelas empresas, com o apoio dos sindicatos das respectivas categorias econômicas, centrais coletivas de capacitação e aperfeiçoamento profissional e realocação de trabalhadores, com vista a acelerar os mecanismos de emprego compensatório e facilitar a reabsorção dos dispensados pelo empregador que se automatizar, criando serviços próprios para a respectiva realocação ou utilizando cadastro nacional de emprego mantido pelo Poder Executivo da União.

A Anamatra também preconiza a proteção jurídica do trabalhador desocupado e daquele dispensado em razão da automação, prevendo o percebimento de todas as verbas rescisórias em dobro, incluída a indenização sobre os depósitos de FGTS, bem como a vedação à dispensa coletiva massiva de trabalhadores.

No quesito previdenciário, a proposta da Anamatra propõe a instituição de alíquotas adicionais progressivas para a contribuição social do empregador para o Programa de Integração Social (PIS), por tempo determinado e com incidência sobre o faturamento mensal da pessoa jurídica ou equiparada, para efeitos fiscais.

Também faz parte da proposta da Anamatra previsão de que os níveis de desemprego e rotatividade setorial sejam aferidos a partir de metodologia única, desenvolvida pelo IBGE e válida para todo o território nacional.

Quanto ao número de postos de trabalho eliminados em razão de automação, a Anamatra propõe que sejam comunicados, anualmente, pelo empregador ou equiparado; e que as alíquotas adicionais progressivas por desemprego associado à automação não se apliquem às microempresas e às empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples Nacional.

Portal da Anamatra

https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/27306-futuro-do-trabalho-anamatra-apresenta-proposta-de-anteprojeto-de-lei-para-protecao-do-trabalhador-em-face-da-automacao

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Escola Sem Partido promove censura e controle social nas instituições de ensino

professor e coordenador do curso de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC), Salomão Ximenes, conversou com a reportagem do Brasil de Fato durante o programa no Jardim da Política. Ele falou sobre o Projeto de Lei -PL 7180/14, conhecido como “Escola Sem Partido”.

O PL, que tramita na Câmara dos Deputados em Brasília, é apoiado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e visa proibir o debate sobre sexualidade e gênero nas escolas.

O professor que também membro da Rede Escola Pública e Universidade e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, afirma que o projeto é uma ameaça a pluralidade de ideias e serve de instrumento de dominação.

Confira a íntegra da entrevista:

Brasil de Fato: Qual é a sua expectativa em relação ao Projeto de Lei Escola Sem Partido?

Salomão Ximenes: Este projeto vem sendo discutido há mais de dois anos numa Comissão Especial criada na Câmara dos Deputados com um viés favorável. Um viés de uma bancada que é mais do que conservadora: é uma bancada do fundamentalismo religioso que chega a ser criminoso em alguns aspectos. Muito provavelmente, ele será aprovado se for colocado em votação ainda este ano.

Há toda uma resistência da oposição no sentido de impedir que o projeto seja votado e, uma vez aprovado nessa comissão, certamente, será apresentado um recurso para que ele seja discutido no plenário. Não nos desesperemos. Temos muita resistência ainda a fazer. Tem a tramitação na Câmara, tem a mudança de legislatura. Caso ele não sai da Câmara até o final do ano, ele tem que reiniciar no próximo. Também tem todo um debate a ser feito no Senado Federal em torno deste projeto.

Além de servir de palanque para esses movimentos, este projeto é muito preocupante do ponto de vista de seu conteúdo. E, a despeito da lei nacional não ter sido aprovada, muitas dessas medidas, incentivadas por essa lei, já vem sendo implementadas nas universidades e nas escolas públicas brasileiras de todo o país com ações de censura, ações autoritárias e ações ilegais. Isso é o que mais nos preocupa. Algumas ações podem até configurar crime, mas vêm sendo praticadas no país.

O senhor afirmou que o projeto faz parte de um pensamento fundamentalista. Um dos pontos que mais chamou atenção é sobre a questão do gênero, que eles chamam de “ideologia de gênero”.

O projeto original do Movimento Escola Sem Partido foi criado por poucas pessoas na metade da década passada e tinha pouca visibilidade até os anos de 2002, 2003, 2004. Esse projeto  propunha, basicamente, que fossem colocados nas salas de aula os deveres do professor. Entre esses deveres estaria o de se manter neutro em relação a qualquer temática, ou seja, uma censura geral e irrestrita ao tratamento das temáticas em sala de aula.

Este projeto ganha um reforço significativo com a entrada da discussão da “ideologia de gênero”. É aí, ele começa a se tornar visível no Brasil. Essa vertente da “ideologia de gênero”, originalmente, não é a mesma da Escola Sem Partido. É uma vertente do campo religioso.

É importante dizer que ela não nasce no campo protestante – evangélico-neopentecostal. Ela vem do campo católico. Essa é uma doutrina da igreja católica para fazer a disputa cultural na sociedade sob a concepção de gênero. E agora, no Brasil, essa ideia ganha o reforço das igrejas neopentecostais, que têm atuado fortemente na política brasileira.

Essa ideia de “ideologia de gênero” é colocada dentro do projeto Escola Sem Partido naquele movimento de 2013, 2014. Os  planos municipais, estaduais e nacional de educação foram monitorados por esses grupos a fim de evitar qualquer previsão das temáticas de gênero e sexualidade nas escolas.

Tem uns casos anedóticos em que foram retirados, censurados de planos de educação, o tratamento de gêneros alimentício ou de diversidade ambiental. Isto porque a turma procurava no arquivo qualquer menção à palavra gênero independente do que se tratava.

Esse movimento foi muito forte em alguns municípios e estados. Isso mobilizou muita gente contra e a favor. E é nesse momento que esta agenda do Escola Sem Partido se casa com a agenda do que se chama “ideologia de gênero”. E ganha, aí sim, uma maior repercussão: com redes sociais e movimentos sociais de direita, que vão estar na base do processo que leva à eleição de Bolsonaro. As redes  de comunicação, de mobilização que estavam naquele processo são, basicamente, as mesmas que estiveram mobilizadas em torno da candidatura do Bolsonaro.

Algumas pessoas compreendem esse debate sobre “ideologia de gênero” como uma cortina de fumaça. Como o sr. compreende essa discussão?

Eu acho equivocado entender que este debate do Escola Sem Partido ou debate da “ideologia de gênero” é uma cortina de fumaça. É um debate estruturante na educação brasileira enquanto projeto educacional. O objetivo é impor uma posição de reprodução, de dominação de gênero, de raça e de classe.

Inclusive os governos do PT começam a recuar, mesmo o Escola Sem Homofobia foi retirado da pauta por uma decisão política da Presidenta [Dilma Rousseff] da época em função da pressão da bancada evangélica.

No entanto, tiveram algumas políticas educacionais que tentaram promover o debate sobre a diversidade. Na questão racial, a lei 10.639 foi aprovada por Lula em 2003. A norma obriga o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira nas escolas. Esta medida fortalece a demanda do movimento negro por ter reconhecido a história desses povos no Brasil e da promoção do debate sobre o racismo.

Em seguida, o Brasil Sem Homofobia e depois o Escola Sem Homofobia, que vulgarmente foi chamado de “kit gay”. Na verdade, era programa que visava levar o debate sobre a homofobia e a lesbofobia para as escolas, no sentido de reconhecer também a diversidade nas escolas. Essas políticas tiveram um momento inicial, mas elas nunca chegaram a se constituir de fato como políticas curriculares estruturantes na educação brasileira.

O projeto será a principal agenda do Ministério da Educação no governo Bolsonaro. Então, se tenta na verdade sair dessa posição de veto das políticas de diversidade para uma política pública de censura, que retira o poder das escolas de discutir qualquer temática que signifique mudança social, enfrentamento à desigualdade, à discriminação e ao racismo.

Durante o período eleitoral, policiais federais, PMs e fiscais interrogam professores, vetam atividades, arrancam faixas e apreendem materiais nas universidades. Estas ações podem ser caracterizadas como uma forma de coação, de intimidação e de censura como vimos em outros períodos da história?

O movimento de censura no viés político, aquela paranoia anticomunista, sempre foi utilizado como detonador do controle social e de posições autoritárias nas instituições de ensino. É praticamente uma regra mundial dos regimes e sistemas autoritários, como é o caso do que estamos vivendo no Brasil. Lamentavelmente, há uma progressiva redução dos espaços democráticos por dentro da institucionalidade, característica do golpe institucional de 2016, que segue em curso nesse sentido.

É uma regra que as instituições de ensino sejam alvos prioritários do controle ideológico. Você vê isso nos regimes fascistas, no Macarthismo nos EUA, na ditadura civil militar na América Latina.

A característica que se destaca nesse momento no Brasil tem a ver com censura à diversidade. Este elemento é igualmente relevante nos movimentos de censura, não só na censura política, mas também na ideia de que a escola deve se manter numa posição secundária em relação às famílias e às igrejas em matéria de sexualidade e de moral.

Essa é uma concepção conservadora clássica que tenta se impor por esse movimento, ou seja, a escola não deve ir contra a concepção das famílias e das igrejas em matéria de sexualidade e de moral, portanto, grupos religiosos privados tentam impor sua visão de mundo, de forma totalitária, autoritária dentro da escola pública. É disso que se trata.

Estudantes universitários acusaram uma professora de praticar “doutrinação ideológica” por ela ter apresentado a teoria do educador e pedagogo Paulo Freire em um curso de Pedagogia. Como o sr. avalia esse cenário?

O que mais preocupa é que nossa resistência não tem impedido a disseminação e a ampliação dos movimentos de censura nas escolas e nas universidades. É importante dizer que é uma ação de promoção e de perseguição ao magistério, sobretudo ao magistério público. É uma ação articulada e forte no país, que envolve instituições religiosas, meios de comunicação e redes sociais. A matéria [o projeto de lei Escola Sem Partido] falava também de professores de escolas privadas, que, digamos, é um ponto mais frágil, porque se quer tem uma carreira docente que os proteja.

Também nos preocupa o movimento de autocensura. Surgiram na mídia e no debate público situações de perseguição a docentes que foram constrangidos, que tiveram seu material de aula divulgados e que foram denunciados para a Secretaria de Educação. Ainda que essas denúncias, em geral, não tenham dado em nada, porque não têm violação nenhuma a dever funcional, isso gera medo nos professores e professoras. Eles acabam se censurando para evitar esse tipo de confronto. É difícil mensurar o tamanho do prejuízo que essa autocensura pode causar na construção do sujeito e na formação da cidadania.

De que forma tem ocorrido estas denúncias? Existe algum tipo de monitoramento?

Esse movimento de denúncia se dá de diferentes formas. Ele vai desde uma notificação extrajudicial, que é disseminada pelo Movimento Escola Sem Partido, a uma intimidação formal dos docentes. Estas denúncias podem, eventualmente, gerar abertura de procedimento administrativo funcional.

Não é que tenhamos centenas de milhares de procedimentos administrativos ou notificações extrajudiciais, o que temos são poucas ações com grande repercussão. Isso gera esse movimento de autocensura, até porque, algumas destas  movimentações de censura e intimidação são feitas por deputados e vereadores, que fazem parte desse movimento ultraconservador-reacionário.

Tivemos na cidade de São Paulo o caso de um vereador que tentou impedir uma atividade municipal que abordava a temática de gênero. Tentativas como esta acabam ganhando repercussão mesmo que não funcionem. Elas levam ao movimento de autocensura.

Nesse sentido tem surgido um conjunto de iniciativas para esclarecer, para trazer informações jurídicas sobre as políticas pedagógicas a fim de fortalecer o papel dos professores e das professoras. Para afastar esse medo da censura e fortalecer a liberdade em sua atuação nas escolas, nós acabamos de lançar essa semana o Manual de Defesa Contra a Censura nas Escolas, que é uma incitava coordenada por mais de 60 instituições do país, entre elas, a Rede Pública pela Universidade, a Campanha Nacional pelos Direito à Educação, a Ação Educativa, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e o Andes. Nós temos que sair da defensiva que tem nos levado a esse movimento de autocensura.

Jair Bolsonaro prometeu acabar com as escolas de formação ligadas a movimentos sociais, principalmente, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Qual a sua avaliação a respeito desse tipo de declaração do presidente eleito?

É uma declaração autoritária e que vai no campo educacional convergir para um movimento que já  tem algumas décadas: o de pasteurização da educação, ou seja, de homogeneização curricular. Esta movimentação acaba legitimando e fortalecendo o Escola Sem Partido.

Assim, como o Escola Sem Partido fortalece pretensões de padronização curricular, alguns apoiadores do projeto de lei trabalham a ideia de que o professor não é educador. Ele ensina português, matemática. Reduzir o processo educacional escolar a estes aspectos retira da escola o papel de estabelecer uma proposta pedagógica que seja articulada as diretrizes curriculares mais gerais  com as demandas, as pretensões, os objetivos de sua comunidade.

Essa escola, que eu mencionei que foi atacada por um vereador em São Paulo, é a escola municipal Amorim Lima. Uma escola que tem reconhecidamente um projeto pedagógico diferente, alternativo. Então, qualquer projeto pedagógico nesse sentido, que fuja da padronização que vem sendo imposta, passa por essa limitação.

Com a radicalização do autoritarismo, a Escola Sem Partido traz severas ameaças a essas experiências escolares diferenciadas e plurais. O direito constitucional à educação fala do pluralismo de ideias, de concepções pedagógicas e  em gestão democrática. A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – fala em articulação escola e comunidade idealmente.

Cada escola deveria ter um projeto pedagógico de fato, ou seja, uma proposição política pedagógica, um desenho diferente, articulado ao seu contexto. E o movimento que tem acontecido é o de esvaziamento quase que completo dessa dimensão da diversidade via um processo de tecnificação de adestramento de docentes. A ideia de educação escolar acaba sendo descaracterizada.

Brasil de Fato

https://www.brasildefato.com.br/2018/12/02/escola-sem-partido-promove-censura-e-controle-social-nas-instituicoes-de-ensino/

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Mulheres paulistanas ganham apenas 62% dos salários dos homens

O rendimento médio mensal das mulheres paulistanas é 62% do rendimento dos homens. As maiores discrepâncias foram encontradas nas áreas mais ricas da cidade, onde estão as melhores oportunidades de trabalho.

Os dados foram levantados pelo Mapa da Desigualdade de São Paulo, da Rede Nossa São Paulo, que pesquisa 53 indicadores nas várias áreas da administração pública com o objetivo de identificar as prioridades e necessidades da população nos 96 distritos da capital paulista.

Enquanto as mulheres ganhavam, em 2017, R$ 938,00 por mês, os homens ganham R$ 1.508,00. Se for mantida a diferença registrada nos últimos 20 anos, as mulheres só terão equiparação salarial em 2047, ou seja, daqui a 29 anos.

As diferenças entre os salários das mulheres em relação aos dos homens foram registradas em praticamente todos os distritos e, em muitos casos, foram democráticas: tantos nos bairros mais ricos quanto nos mais pobres, as mulheres ganharam menos.

Na Consolação, bairro nobre que fica no centro de São Paulo, as mulheres ganharam 40% menos do que os homens. Na Vila Formosa, a diferença foi de 30,8% e em José Bonifácio, de 28,5%, ambos ficam no extremo da zona leste.

Dos 96 distritos, só em sete as mulheres ganhavam, mais, em 2017,  em nenhum a renda entre os gêneros é igual.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Juneia Batista, é vergonhoso que na maior e mais rica cidade do país ainda exista esse tipo de discrepância.

“A cidade de São Paulo é o terceiro PIB do Brasil, atrás somente do estado de São Paulo e do próprio país. É incompreensível essa diferença. O ideal é que essa distância entre salários de homens e mulheres chegasse a zero no máximo em 15 anos”.

“O sonho”, diz Juneia, “seria que tivéssemos atualmente a mesma diferença salarial dos países escandinavos que é de apenas 3%”.

Mas o futuro não parece promissor para as mulheres com os novos governantes e a insegurança política que vivemos, acredita a dirigente.

“Temos [Bruno] Covas na prefeitura, João Doria no governo do estado e [Jair] Bolsonaro no governo federal. Eles não têm política voltadas para as mulheres, e para piorar , a mulher é a mais vulnerável após a reforma Trabalhista porque as vagas oferecidas são para trabalhos intermitentes, sem proteção social”, lamenta Juneia.

Portal da CUT

https://www.cut.org.br/noticias/mulheres-paulistanas-ganham-apenas-62-dos-salarios-dos-homens-7b17

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“Saímos mais preparados para o enfrentamento”, diz presidente da CTB sobre 3º Seminário Jurídico

“Foi um debate rico e que nos deixa mais preparados para a luta política e ideológica em curso”, diz presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, ao final do 3º Seminário Jurídico da CTB, ocorrido entre os dias 29 e 30 de novembro, em São Paulo.

O dirigente destaca que os trabalhos não se encerram com o fim do seminário. “Atividade revelou uma cenário brutal e nos apresentou dados e exemplos que podem direcionar nossa estratégia de luta a partir de já. Lembrando que, ainda que o nosso projeto seja pela valorização do Trabalho, geração de emprego e distribuição da renda, a luta se dá em diferentes frentes, o que nos cobra criatividade, unidade, resistência ainda maiores”, finalizou.

Centralidade do Trabalho

Ao fazer a avaliação da atividade, Magnus Farkatt, assessor Jurídico da CTB Nacional, destacou que a ementa do seminário, ainda que intensa, fortalece nossos dirigentes em um momento crucial. “Saímos mais fortes ideologicamente e mais preparados para construir nossos planos de ação na esfera nacional e estadual”, afirmou.

Acompanhe a cobertura completa 3º Seminário Jurídico

Portal da CTB

http://portalctb.org.br/site/secretarias-da-ctb-nacional/assuntos-juridicos/saimos-mais-preparados-para-o-enfrentamento-diz-presidente-sobre-seminario-juridico

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Resolução da 19ª Reunião da Direção Nacional da CTB

Unidade e resistência em defesa do Brasil, da democracia e da classe trabalhadora

Leia abaixo a Resolução Política da Direção Nacional da CTB aprovada nesta quinta-feira (29):

 

Realizada nos dias 28 e 29 de novembro, em São Paulo, a 19ª Reunião da Direção Nacional da CTB aprovou a seguinte resolução política:

  • A eleição de Jair Bolsonaro consolida e aprofunda o golpe de Estado de 2016 e inaugura um cenário político no país ainda mais adverso e nocivo aos interesses da classe trabalhadora e da nação brasileira do que o imposto pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Traz a marca do retrocesso que acompanha a onda conservadora e a ascensão da extrema direita no mundo e em particular na América Latina.
  • A agenda do governo que toma posse em janeiro tem um caráter nitidamente antinacional, antidemocrático e antipopular. Contempla exclusivamente os interesses das classes dominantes, em especial dos rentistas. Radicaliza o processo de restauração neoliberal iniciado por Temer, ameaça conquistas e direitos da classe trabalhadora, acena com autoritarismo, repressão, militarização do Estado, prisão e desterro de quem não reza por sua cartilha.
  • O entreguismo descarado é a marca registrada da nova equipe, cujo programa de governo promete privatizar e desnacionalizar o que resta de empresas públicas no país, incluindo Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e até mesmo a Petrobras, além de portos e aeroportos.
  • A transferência do patrimônio público e das riquezas nacionais ao capital estrangeiro é complementada pela vergonhosa submissão da política externa à estratégia geopolítica de Donald Trump e do imperialismo estadunidense, com agressões e ameaças gratuitas à Cuba (que reagiu cancelando sua participação no programa Mais Médico) e Venezuela, ao Mercosul, Brics e China. Os interesses nacionais já estão sendo sacrificados no altar de uma ideologia extremista, intolerante e orientada por interesses opostos aos do povo brasileiro.
  • Bolsonaro e Cia propõem uma reforma da Previdência ainda pior do que a sugerida por Temer, inspirada no modelo de capitalização administrado pelos bancos adotado nos anos 1970 pelo Chile, que acabou com as aposentadorias públicas e privatizou o sistema durante a ditadura de Augusto Pinochet. Um fiasco que só beneficiou os banqueiros. Hoje, mais de 90% dos aposentados e pensionistas do país recebem menos que um salário mínimo.
  • Cogitam, ainda, a criação de uma nova carteira de trabalho (verde e amarela) sem as garantias previstas na CLT e com as regras do contrato sendo definidas através de negociações individuais (em vez de coletivas) entre patrões e empregados. Segundo Bolsonaro, o trabalhador brasileiro terá de optar entre direitos ou emprego. Para os sindicatos e os movimentos sindicais acenou com repressão, fragmentação (pluralismo) e criminalização. Querem acabar com os direitos dos assalariados rurais, instituindo o pagamento em espécie por meio de moradia e alimentação (ou seja, sem salários em dinheiro) e institucionalizar o trabalho análogo ao escravo.
  • É um cenário que impõe à classe trabalhadora, ao movimento sindical e às forças progressistas de maneira geral uma estratégia de resistência e a busca da mais ampla unidade para a luta em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais. Junto com a Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo e Projeto Brasil, a CTB está empenhada na construção da frente democrática para lutar contra o retrocesso.
  • Destaca-se a campanha unificada das centrais contra o desmantelamento e a privatização da Previdência, a mobilização contra as privatizações e a desnacionalização da economia, pela reforma agrária, a soberania alimentar, o fortalecimento da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável do campo, em defesa da Petrobras e do pré-sal, da Eletrobras, dos bancos públicos, contra a MP 844 e a privatização das águas e do saneamento, a luta contra a terceirização irrestrita e a extinção do Ministério do Trabalho, pela manutenção das regras de proteção do trabalho nacional nos portos, dos direitos dos assalariados rurais, a liberdade de cátedra em oposição à chamada Escola sem Partido e a estabilidade para o funcionalismo público.
  • Neste caminho, a Direção Nacional da CTB propõe às centrais e ao conjunto do movimento sindical brasileiro a realização no primeiro semestre de 2019 de uma Plenário Nacional Unificada da Classe Trabalhadora para debater a conjuntura e definir os rumos da luta da nossa classe para o próximo período.
  • A reunião também abordou a crise financeira que se abateu sobre o movimento sindical com o fim da Contribuição Sindical compulsória, orientando os sindicatos filiados a regularizar o pagamento das contribuições mensais e evitar a inadimplência, providência indispensável à sobrevivência da CTB.
  • Nossa Central celebra em 12 de dezembro 11 anos da fundação com cerca de 1400 entidades em sua base, um notável êxito, e a convicção de que é um instrumento de luta política do povo brasileiro imprescindível e cujo fortalecimento torna-se ainda mais necessário frente aos novos desafios que emergiram no Brasil após as eleições de outubro.

São Paulo, 29 de novembro de 2018

Direção Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

Portal da CTB

http://portalctb.org.br/site/noticias/brasil/resolucao-da-19-reuniao-da-direcao-nacional-da-ctb

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Cresce número de trabalhadores sem direitos – sem carteira e por conta própria

O número de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira assinada ou sendo obrigados a trabalhar por conta própria, um dos legados nefastos da gestão do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) e sua reforma Trabalhista que acabou com 100 itens da CLT, não para de crescer, de acordo com a PNAD Contínua, divulgada nesta quinta-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No trimestre encerrado em outubro, mais 534 mil pessoas (4,8%) foram contratadas sem carteira assinada. O total dos sem direitos, ou seja, sem Previdência, FGTS, nem INSS, férias ou 13º, pulou para 11,6 milhões de trabalhadores em relação ao trimestre de maio a julho deste ano. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, subiu 5,9% (649 mil pessoas).

Por outro lado, o número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada – 32,9 milhões de pessoas – ficou estável tanto em relação ao trimestre anterior quanto ao mesmo trimestre de 2017.

Já o número dos que tiveram de trabalhar por conta própria aumentou 2,2%, mais 497 mil pessoas na comparação com o trimestre anterior, e 2,9% (mais 655 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2017. Isso significa que, em outubro, 23,6 milhões de brasileiros estavam se virando para conseguir renda. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, o aumento foi de 2,9% (mais 655 mil pessoas).

Segundo a pesquisa, a taxa de desemprego foi de 11,7% e a de subutilização 24,1% no trimestre encerrado em outubro de 2018. Isso significa que 12,4 milhões de trabalhadores e trabalhadoras estão desempregados (menos 517 mil ao trimestre de maio a julho deste ano).

De acordo com os técnicos do IBGE, o que influenciou a leve queda do desemprego no trimestre de julho a outubro foi a criação de postos de trabalho durante o período eleitoral.

Mas, isso não foi suficiente para reduzir o total de trabalhadores e trabalhadoras subutilizadas – desempregados, pessoas que gostariam e precisam trabalhar mais e aquelas que desistiram de procurar emprego -, que cresceu 2,6% (mais 696 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2017. Em outubro, o Brasil registrou um total de 27,2 milhões de trabalhadores e trabalhadoras subutilizados. O número ficou estável em relação ao trimestre anterior deste ano (27,6 milhões).

Entre os subutilizados, o total de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (7 milhões) aumentou 6,4% (418 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior.

Quanto aos desalentados – que também fazem parte do grupo -, o percentual do trimestre encerrado em outubro ficou estável em relação ao trimestre anterior, atingindo 4,7 milhões de pessoas, mas subiu 10,6% em relação ao mesmo trimestre de 2017.

Força de trabalho

No trimestre de agosto a outubro de 2018, a PNAD Contínua constatou que o total de pessoas ocupadas e desocupadas, que eles classificam como força de trabalho do país, aumentou 0,7% (724 mil pessoas) e passou para 105,3 milhões de pessoas. Em comparação com o trimestre anterior, houve um incremento de 724 mil pessoas (0,7%). Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, de 0,9% (acréscimo de 967 mil pessoas).

número de pessoas ocupadas (92,9 milhões) subiu 1,4% em relação ao trimestre anterior (mais 1,2 milhão de pessoas). Em relação ao mesmo trimestre de 2017, houve alta de 1,5% (mais 1,4 milhões de pessoas).

Portal da CUT

https://www.cut.org.br/noticias/cresce-numero-de-trabalhadores-sem-direitos-sem-carteira-e-por-conta-propria-d200

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O “Escola sem Partido” visa mais a sexualidade do que o marxismo

Às voltas no Congresso Nacional, o projeto Escola sem Partido, que pretende limitar a atuação de professores nas salas de aula, em especial nos assuntos ligados aos Direitos Humanos, sexualidade e no ensino da filosofia, se transformou na potência que é hoje – capaz de influir na eleição presidencial – menos por “combater o marxismo cultural”, mas por colocar a discussão de gênero como epicentro de uma disputa de narrativas.

Em 2014, ano que o deputado Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro, propôs pela primeira vez um Projeto de Lei (PL) com nome Escola sem Partido, a pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Fernanda Moura estava com um estudo no forno sobre a representação da mulher nos livros didáticos.

Moura notou, então, que a discussão envolvendo censura nas escolas ganhava proeminência com o PL, e que o fator gênero era a lenha na fogueira. “Não fazia sentindo estudar como gênero é debatido nas escolas se havia um projeto em curso para acabar com o pouco que se tinha. Fundamentei minha pesquisa no Escola sem Partido para começarmos a ter esse campo de conhecimento.”

A gênese desse movimento é de 2004, quando o advogado Miguel Nagib propôs o Programa Escola sem Partido para combater o que chamava de “doutrinação ideológica” nas escolas, momento em que a investida contra os professores estava ainda muito mais associada ao que a extrema-direita convenciona agora chamar de marxismo cultural.

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O fascínio da extrema-direita pela Idade Média
Escola sem Partido intimida e persegue professores

“Quando o Escola sem Partido era um movimento social calcado na ideia de que os professores têm tendências esquerdista – e com isso estariam fazendo a cabeça dos estudantes -, ficou no ostracismo. O País vivia um momento de desenvolvimento social importante naquele período, então era uma ideia sem força”, explica Moura.

O que liga a ideia de Nagib a repercussão dos projetos de leis criados entre 2014 e 2015 em municípios, estados e no Congresso Nacional, é a aderência de políticos ligados aos evangélicos neopentecostais e aos católicos da renovação carismática à ideia.

Os religiosos atuavam desde 2011 nas discussões dos Planos Municipais de Educação e do Plano Nacional de Educação (PNE) em forte ataque ao que chamam de ideologia de gênero.

Também em 2011, Fernando Haddad, ministro da Educação na época, determinou a distribuição de materiais didáticos de combate à homofobia nas escolas, chamado desde então como kit gay por Jair Bolsonaro. A polêmica foi oportunamente ressuscitada na campanha eleitoral este ano.

“Nesse período, até por questões legais, burocráticas e dos arranjos políticos, o Escola sem Partido não avança como PL ou diretriz educacional, mas ganha muita força como pauta moral na sociedade. É um pânico contra os gays, lésbicas, um medo das minorias. Isso só foi possível com a atuação de grupos religiosos insistindo na questão do gênero.”

Para esses grupos, os filhos são uma propriedade privada dos pais, e a educação moral deles tem de estar de acordo com as convicções da família. O discurso contra questões de gênero e o anticomunista se alinham na medida em que são abordados como ameaça. “A direita não tem respostas para os problemas da população, especialmente em momentos de crise econômica, então ela resgata a moralidade como uma forma de representação”, destaca a pesquisadora.

“A linha de argumentação quando esses dois pontos se encontram é a de que os professores com a ideologia de gênero querem transformar os alunos em gays e lésbicas, e isso seria o fim das famílias como organização social, o que por consequência representaria o fim do capitalismo, transformando o Brasil em um país comunista”, explica Fernanda.

A ideia vai de encontro às declarações mais recentes do futuro ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, e do futuro chanceler Ernesto Araújo, adeptos a teoria de conspiração do globalismo e marxismo cultural.

“Nesse contexto as crianças e adolescentes não são sujeitos de direitos; elas têm de ser uma cópia dos pais e aprender apenas aquilo que os pais querem. Então, se o pais querem que elas sejam racistas e homofóbicas as escolas não podem mais ensinar Diretos Humanos.”

Para os grupos ligados ao Escola sem Partido aprovar o projeto importa, mas os efeitos criados pelo pânico moral – o que leva a estratégias diversas de perseguição nas escolas, como os vídeos ensinando a denunciar professores -, são a expressão mais relevante dessa disputa.

“O mais grave é que tratar gênero e sexualidade nas escolas é abrir um canal para as crianças denunciarem situações de abuso cometidas nos ambientes familiares, que antes elas sequer sabiam que é um abuso, um crime”, diz ela. Se o projeto for implementado a tendência é esse frágil canal se fechar ainda mais.

A pesquisadora lembra ainda que os índices apontam que o estupro é cometido em maioria contra menores de idade por parentes ou amigos próximos da família.

Carta Capital

https://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-escola-sem-partido-visa-mais-a-sexualidade-do-que-o-marxismo

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Para o Diesat, saúde do trabalhador sofrerá baque com fim do ministério

A extinção ou o esvaziamento do Ministério do Trabalho e Emprego será um baque na saúde dos trabalhadores. O ministério é praticamente o único instrumento do Estado brasileiro a fiscalizar os ambientes de trabalho, prevenir doenças ocupacionais e combater as condições degradantes. “O que é ruim ficará muito pior”, alerta Elenildo Queiroz Santos, dirigente metalúrgico de Guarulhos, Técnico do Trabalho e presidente do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho).

O presidente do Diesat cita a ampla atuação da Pasta. “Vai desde a fiscalização de um contrato de trabalho irregular, passa pelas mesas-redondas entre patrões e empregados, cuida de fazer cumprir as Normas Regulamentadoras e pode, inclusive, interditar fábricas inteiras, usinas ou áreas em que a vida do trabalhador corre risco”, ele relata.

O ministério conta hoje com cerca de seis mil Auditores-Fiscais. O número é baixo para um País de dimensões continentais. Nildo explica: “Enquanto agentes do Estado, esses Servidores têm poder de polícia, podem entrar nos ambientes de trabalho, resgatar trabalhadores ameaçados e tomar as medias cabíveis contra o mau patrão”. Uma vez esvaziada a Pasta do Trabalho, ele questiona: “Quem fará a inspeção? O Ministério Público não tem gente pra isso e as vigilâncias sanitárias dos municípios são insuficientes e muitas vezes sem experiência”.

Itaquerão – O dirigente relembra um caso que gerou clamor e no qual a ação do ministério foi decisiva. “Na construção do Itaquerão, para a Copa do Mundo de 2014, caiu um guindaste muito grande, que matou duas pessoas. Quem agiu de pronto? O Ministério do Trabalho, por meio da Superintendência de São Paulo, foi lá, enfrentou a Odebrechet, peitou quem tinha de peitar e interditou a obra”.

Os Agentes do Ministério do Trabalho também medem níveis de ruído e de insalubridade ou periculosidade nos locais de trabalho. Esses laudos dão base para ações judiciais, recebimento de adicionais ou aposentadorias especiais. Segundo Elenildo Queiroz, o fim da Pasta esvaziará essa atuação. Ele pergunta: “Então, o trabalhador vai se basear em que para reclamar pagamento de adicional ou mesmo aposentadoria especial?”.

Também cabe ao Ministério do Trabalho a edição das NRs (Normas Regulamentadoras). Tais normas vigoram para setores específicos e de risco. É o caso da NR-12, a chamada NR das Prensas. Nildo conta: “Foram anos e anos de negociações tripartites, até chegarmos à edição da Norma, que está sendo acossada por setores do patronato”. Sem o ministério, tudo isso pode ser perder. Ele conclui: “Se Bolsonaro fechar ou esvaziar o Ministério do Trabalho, o grande beneficiado será o capitalismo selvagem e o grande perdedor será o trabalhador”.

Agência Sindical

http://www.agenciasindical.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=9728

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MANUAL DE DEFESA CONTRA A CENSURA NAS ESCOLAS

Diante do crescimento de iniciativas como Escola Sem Partido e atentados contra a liberdade de cátedra dos professores e docentes brasileiros, mais de 60 entidades da educação e dos direitos humanos elaboraram, em conjunto, um Manual de Defesa contra a Censura nas Escolas.

Com estratégias práticas, pedagógicas jurídicas de defesa e combate às agressões sofridas por professoras e professores em todo o país nos últimos tempos, o Manual foi publicado hoje, 27.11 e está disponível para download no link: http://www.manualdedefesadasescolas.org/

Você também pode baixar o Manual de Defesa contra a Censura nas Escolas abaixo.

BAIXE O MANUAL DE DEFESA CONTRA A CENSURA NAS ESCOLAS AQUI.

Campanha
http://campanha.org.br/politica/manual-de-defesa-contra-a-censura-nas-escolas/