O Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro Goiás) manifesta sua absoluta discordância ao teor do Decreto N. 3.347/21, baixado ontem (22/6) pelo Prefeito de Goiânia, Sr. Rogério Cruz, flexibilizando as medidas restritivas adotadas no Município em função da Pandemia da COVID-19.

Entre as inovações implementadas, está a majoração do percentual de alunos permitido presencialmente em sala de aula nos estabelecimentos privados na educação, tanto na educação básica como no ensino superior, que passa a ser de 50% (cinquenta por cento) da capacidade total do estabelecimento de ensino.

O relaxamento das medidas restritivas se apresenta à sociedade goianiense em momento absolutamente inoportuno, especialmente no âmbito da comunidade escolar, onde se registrou nos últimos dias casos de contaminações, internações na UTI e óbitos de docentes da rede privada de ensino.

Cabe ressaltar que apenas 12% da população se encontra vacinada contra a COVID-19 com a segunda dose, sendo que os/as professores/as receberam até então apenas a primeira dose da vacina, de modo que não se encontram em situação segura para o trabalho presencial nas instituições de ensino.

Deve se destacar também que o Brasil reassumiu o vergonhoso primeiro lugar na lista de países com maior número diário de mortes pela COVID-19, situação que obviamente, em curto prazo, terá reflexos concretos no município de Goiânia, com o aumento no número de contaminações e nova saturação da rede hospitalar em razão das internações em leitos de enfermaria e UTI.

Na prática, a depender do tamanho das instalações físicas de cada instituição de ensino, o critério adotado para a participação de alunos em aulas presenciais, que é de “50% (cinquenta por cento) da capacidade total da instituição”, seguramente representará autorização para a convocação de todos os seus alunos, situação inaceitável se considerada a letal e devastadora pandemia enfrentada por este Município.

O descaso e a ignorância do Prefeito de Goiânia com a realidade da grave pandemia enfrentada, refletido de forma clara no decreto recém expedido, causa perplexidade a toda sociedade, representando grave lesão à ordem, saúde e segurança pública, em flagrante sobreposição de interesses econômicos às indispensáveis cautelas exigidas no atual momento de saúde do município.

O Sinpro Goiás continuará em integral avaliação de todas as medidas políticas, administrativas e judiciais, cabíveis em defesa da categoria por ele representada.