Está circulando nas redes uma coletânea de matérias em que o candidato da direita, Jair Bolsonaro, refere-se à educação. Aqui estão elas:
1. Perigo de controle ideológico no sistema educacional brasileiro, como foi a proposta do general Aléssio Ribeiro Souto, assessor para assuntos educacionais de Bolsonaro, que defende uma reforma de conteúdos e de bibliografias de temas como o golpe civil-militar de 1964 e a ditadura (1964-1985), alterando os conteúdos atuais para novos planos educacionais que tratem a “verdade sobre 64” e e não “a mentira e a canalhice” dos professores.
2. Mudanças contrárias à política de cotas
3. Mudanças contrárias ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
4. Impedimento da discussão de questões relacionadas à sexualidade e ao à gênero, o que não colabora com o combate à AIDS e outras doenças sexualmente transmitidas e a homofobia e o feminicidio no Brasil
5. O discurso de Bolsonaro defende a implantação do Ensino à Distância desde o Ensino fundamental como forma de combater o marxismo nas escolas. A proposta anima uma das gigantes do mercado educacional, como é Kroton. Compreende-se que o EAD no ensino fundamental e médio será extremamente prejudicial às famílias mais vulneráveis e pobres, pois muitos não têm acesso à internet e dependem da merenda escolar para alimentar seus filhos. Em um plano geral, o EAD vai precarizar todo o sistema educacional nacional e todo o processo de ensino e aprendizagem, pois é também pelo convívio com os colegas em sala de aula e nas atividades recreativas que ocorrem muitos processos formativos e pedagógicos.
6. Bolsonaro defende o movimento “Escola Sem Partido” que pretende acabar com as discussões políticas nas escolas e punir criminalmente os funcionários da educação que o fizerem. O candidato diz que pretende usar um “lança chamas” no MEC para tirar de lá as ideias de Paulo Freire, constantemente demonizado.
7. Bolsonaro é contra o pensamento crítico, pois como afirmou: O nosso só tem pensamento crítico, pra saber se vai ser homem ou mulher, essa é a grande decisão da vida dele”
8. Resgate de disciplinas extintas com o fim da ditadura, por meio da reintrodução curricular nas escolas e universidade da educação moral e cívica (EMC) e a organização social e política brasileira (OSPB), possivelmente em prejuízo da História, Filosofia, Geografia e Sociologia.
9. Incentivo à militarização do ensino por meio da ampliação do número de escolas militares, “replicando o sistema de colégios militares na rede pública”. “Segundo o general Osvaldo Ferreira, coordenador dos grupos técnicos de Bolsonaro, essa proposta inclui ainda a presença de oficiais nos colégios para manter ‘a ordem, a disciplina e o respeito’”.
10. Bolsonaro acusa os cursos de formação de professores de fomentarem o viés político doutrinador, especialmente “contaminados” pelas visões de Antonio Gramsci e Paulo Freire.
11. Defesa do ensino do criacionismo nas escolas (Ideia bíblica de que Deus criou o homem) ao lado do darwinismo. Um retrocesso científico para as áreas da biologia e história.
12. Junção de três ministério: Esportes, Educação e Cultura.
13. Bolsonaro defende a cobrança de mensalidade nas universidade federais, aprofundando o processo de privatização das universidade públicas com o discurso falacioso de que elas contemplam alunos ricos. Além disso, trata-se de uma grande afronta à Constituição e à LDB. “Estudo da Andifes divulgado em 2016 mostra que dois em cada três estudantes de universidades federais são de classe D e E.”
14. Acusação leviana que as escolas estejam sexualizando as crianças precocemente, onde existiria a distribuição de materiais didáticos (kitgay) utilizado pelos professores para ensinar as crianças a serem homossexuais. Na publicação de Bolsonaro de 2016, consta que, para o PT, “brevemente a pedofilia deixará de ser crime”. Apesar disso, nunca houve iniciativas nesse sentido nos governos do PT.
15. União de creches e ensino religioso, possibilitando a oferta do ensino infantil em igrejas e desresponsabilizando o papel do Estado laico sobre o tema.
16. Defesa do gerencialismo e do tecnicismo. Para Bolsonaro, educação pública não precisa de mais recursos.
17. Financiamento público vai priorizar pesquisas que promovam o “empreendedorismo”, tirando a autonomia das universidades e das ciências e redimensionando o campo das ciências humanas, conforme afirmou Stavros Xanthopoylos, consultor da área educacional de Bolsonaro e possível futuro ministro do MEC: “as áreas como Humanas não podem ter ‘mil pesquisas”
18. A Equipe de Bolsonaro planeja escolher os reitores das universidades federais, interferindo nos processos democráticos, escolhendo nomes previamente estudados, sem passado político democrático e tecnicistas.