O encontro convocado por Rodrigo Maia foi para debater o desemprego, que voltou a subir no trimestre encerrado em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (IBGE). Também estiveram no encontro confederações de empregadores, parlamentares da oposição e líderes do governo.
O Brasil possui 13, 4 milhões de desempregados, ou seja, número 5,7% maior que os três meses anteriores. São 27,7 milhões de trabalhadores subutilizados (soma dos desempregados, subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial), ou seja, querem trabalhar mas não encontram postos de trabalho.
Reforma trabalhista: Caos social
Presente à reunião como um dos representantes da Força Sindical, Sergio Luiz Leite, o Serginho (foto), declarou após a reunião ao Portal Vermelho que o desemprego chega de forma traumática entre os trabalhadores.
“Você tem uma reforma trabalhista nociva contra os trabalhadores e contra o movimento sindical. A diminuição dos postos de trabalho aumentou a pobreza, impede o trabalhador de pagar o aluguel, a prestação da casa própria, de consumir. É um caos social”, enumerou.
Para ele o emprego tem que estar no centro do debate e criticou as promessas feitas pelo governo de Michel Temer. “O governo falou que a reforma ia dar segurança jurídica, gerar emprego, aprimorar relações de trabalhado mas trouxe na verdade informalidade e subemprego”, afirmou o dirigente.
O IBGE apontou ainda que em comparação com números de janeiro 439 mil pessoas ocupadas perderam as vagas, entre eles a maioria expressiva de trabalhadores com carteira assinada. No início do ano a taxa de desocupação era de 12,2%.
Propostas das centrais para retomar crescimento
Durante o encontro na Câmara, as centrais anteciparam a Rodrigo Maia pontos da Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora. O documento traz propostas para combater o desemprego. Aumentar por mais dois meses o pagamento das parcelas do seguro-desemprego é uma delas. A agenda será entregue oficialmente às presidências da Câmara e do Senado na próxima semana.
“Seria um alento para o trabalhador ter mais duas parcelas. Mas é preciso vontade política para que isso aconteça. Um acordo entre os líderes no Congresso poderia concretizar essa sugestão das centrais, que consta na agenda prioritária”, afirmou Serginho. Ele citou ainda a correção da tabela do imposto de renda e a criação de frentes de trabalho como opções de curto prazo para combater o desemprego.
Rendição
Na avaliação do dirigente, o encontro desta terça revela uma “rendição” por parte do governo que, através da Câmara, busca estabelecer um diálogo social, arriscou opinião individual Serginho. “Podemos considerar que é uma rendição mesmo que não admitam. O discurso vai continuar no período eleitoral mas na prática as medidas do governo agravaram a crise e o desemprego do país. O governo não tem interlocução com a sociedade”.
Participaram do encontro na Câmara nesta terça representantes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Confira abaixa as 22 propostas das centrais sindicais para o país sair da crise e começar a crescer