Conhecida pela marca da diversidade, Salvador teve acentuada essa característica, nesta terça-feira (13), com a realização da Marcha dos Povos, que tomou as ruas do centro da capital baiana para declarar aberto, oficialmente, o Fórum Social Mundial (FSM) 2018. Gente do Brasil inteiro e de mais de 120 países marchou da praça do Campo Grande até a praça Castro Alves, chamada de Praça do Povo, para mostrar a força do Fórum, que chega este ano à 13ª edição.
O FSM 2018 está atento aos problemas mundiais e às dificuldades por qual passa a luta progressista, atualmente, mas trouxe, já na marcha de abertura, uma mensagem otimista, traduzida no lema ‘Resistir é criar. Resistir é transformar!’. Aproximadamente 1.500 coletivos, organizações e entidades estão inscritos para participar do evento, onde deverão se realizar 1.300 atividades autogestionadas, distribuídas ao longo de cinco dias de intensos debates, encerrados no sábado (17).
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) está, junto a outras entidades, na linha de frente da realização do Fórum. O presidente nacional da central, Adilson Araújo, defendeu a importância do encontro dos povos, principalmente, pela marca da diversidade – de gente, de lutas e de experiências. Para ele, o FSM acontece em um momento delicado, “em que o mundo reclama as repercussões da grave crise econômica mundial”, e servirá para denunciar uma agenda ultraliberal que quer se firmar.
Para Adilson Araújo, é preciso estar sempre atento para impedir o avanço da agenda ultraliberal, que, segundo ele, significa retroagir em relação às conquistas históricas de direitos fundamentais. “Ganhar as ruas é também fortalecer o processo de mobilização contra todo e qualquer retrocesso”, afirmou.
Além da CTB, outra entidade participante é a União dos Negros pela Igualdade (Unegro). A presidenta nacional, Ângela Guimarães, avaliou, com entusiasmo, a realização do FSM em Salvador como uma grande oportunidade para o movimento social da cidade. “Salvador vai vivenciar um processo que nunca viveu. A gente tem a convicção de que vai ser um momento de efervescência política muito grande, mas que também vai dar frutos. Do Fórum, precisa sair uma agenda unificada de luta”.
Para Ângela, o acesso a experiências distintas de atuação, em diferentes contextos, deverá dar aos participantes do FSM uma consciência global da luta por melhores condições de vida. “[Serão] Várias apresentações dos movimentos sociais que atuam em escala global, que denunciam esse capitalismo selvagem, ultraliberal, que denunciam a derrocada das democracias no mundo, o avanço do fascismo e o impacto disso para as populações”.
Também participante do Fórum, a União Nacional dos Estudantes (UNE) está sendo representada pela presidenta nacional, a baiana Marianna Dias. Durante a marcha, Marianna defendeu que o encontro internacional no País significa, também, uma possibilidade de mostrar ao mundo os efeitos do golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, em 2016.
Aberto, o Fórum Social Mundial inicia, nesta quarta-feira (14), os debates, que acontecerão em vários pontos da cidade.
De Salvador, Erikson Walla, do PCdoB-BA