O Brasil está submerso no maior lamaçal de corrupção da história política do país. Se alguém havia se surpreendido com as contestáveis delações sem provas que firmam “juízo de convicção” aos procuradores e juízes da Lava Jato, deveria estar com sua indignação elevada à máxima potência, ao ver o ocupante da Presidência da República sendo flagrado em conversa que trata do pagamento de mesada para que o ex-deputado preso, Eduardo Cunha se mantenha “calado”.
Entretanto, a revolta popular não é alimentada pela imprensa e, logo não é amplificada nas manifestações de rua.
Imaginemos que o golpe não houvesse vingado e que Dilma ainda ocupasse a cadeira presidencial. Por certo, com o auxílio luxuoso da Globo e demais veículos de comunicação que estariam fazendo cobertura 24 horas por dia, o país estaria parado diante da televisão assistindo ao julgamento do processo de cassação que acontece no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde ontem (06) e está prevista para encerrar na quinta-feira (08). Além disso, milhares de pessoas estariam sendo convocadas a protestar com camisas da CBF.
Câmara e Senado não enxergam anormalidade no ambiente político
No entanto, o que vemos é a aceleração da tramitação das reformas trabalhista no Senado e da previdência na Câmara. Ontem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia e do Senado, Eunicio Oliveira, deram entrevistas coletivas com o mesmo teor.
Rodrigo Maia afirmou que “cabe ao Legislativo manter a agenda de votações daquilo que é prioridade para o Brasil”. Ele afirmou também que “não só a reforma da Previdência (PEC 287/16), outros temas serão votados nos próximos meses.”
No caso do Senado, que aprovou ontem na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sem qualquer alteração, o relatório da reforma trabalhista – um Frankenstein – vindo da Câmara, que retira os direitos da classe trabalhadora, também segue em franca celeridade.
O Senador Eunício Oliveira, presidente do Senado disse que o julgamento no TSE não atrapalha o andamento das votações da Casa e que tudo ocorrerá “normalmente”, desconsiderando o ambiente absolutamente anormal de República.
Greve Geral e pressão popular para barrar o retrocesso
Os trabalhadores e trabalhadoras seguem sendo atropelados, tendo seus direitos suprimidos, em meio ao atoleiro de um governo ilegítimo, blindado por um Congresso que destila despudoradamente ódio àqueles que produzem as riquezas do país.
No dia 20 de junho, a CTB, ao lado das demais centrais sindicais, convoca manifestações em todo Brasil preparatórias para a grande Greve Geral que acontecerá no dia 30 de junho. Somente com muita pressão e o povo brasileiro em luta nas ruas, poderá barrar o retrocesso daqueles que, sem qualquer culpa ou vergonha, pretendem levar a classe trabalhadora à volta da condição de escravidão.
De Brasília, Sônia Corrêa – Portal CTB