A Universidade de Brasília (UNB) repudiou nesta segunda-feira (20) o protesto organizado por um grupo de 15 pessoas que proferiu ofensas contra estudantes no campus da instituição. Enrolados em bandeiras do Brasil, os manifestantes usavam expressões homofóbicas e se diziam contra a política de cotas e a favor do deputado Jair Bolsanaro (PP-RJ) e do juiz Sérgio Moro. O episódio ocorrreu na noite de sexta-feira (17).
No vídeo publicado na internet, os manifestantes gritavam: “vai ter que estudar”, “não vai ter greve”, “maconheiros”, “cotistas golpistas não passarão”, além de frases homofóbicas.
“A reitoria da Universidade de Brasília reitera a postura de respeito ao direito à diversidade nos seus quatro campi e repudia qualquer ato de intolerância e de agressão”, informou a instituição, em nota. “As ocorrências de natureza agressiva e intolerantes são devidamente apuradas e, quando se trata de ações que extrapolam a alçada administrativa da Universidade, os órgãos competentes são acionados”, afirmou em nota a reitoria da UNB.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB também divulgou nota de repúdio ao ato de “violência e intolerância”.
Denúncia
George Marques, assessor de comunicação, informou que protocolou uma denúncia no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra Kelly Cardoso, uma das pessoas apontadas como organizadora da manifestação na UnB. “Questionei ao órgão se a atitude implica em ação de terrorismo”, explicou Marques em sua página do Facebook.
A manifestação teria sido convocada pela ativista conhecida como Kelly Bolsonaro. No último dia 9, Kelly postou uma mensagem no Facebook convocando interessados em fazer uma manifestação na universidade. “Tem alguém daqui de bsb a fim de participar de uma ação na UNB?? 🙂 #opressão “, diz a mensagem.
A manifestação ocorreu dias depois que professores da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília sugeriram levar ao congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) uma proposta de greve na universidade, a partir do segundo semestre, até que a presidenta afastada Dilma Rousseff volte ao governo.
Nesta segunda-feira (20), estudantes, funcionários e professores organizaram uma manifestação para dizer não à ascensão do fascismo na universidade.
Com informações: Portal Vermelho