Como ação dentro da Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, a Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Estado de Goiás – ASTRAL – GO, juntamente com o Sindicato dos Professores do Estado de Goiás – Sinpro Goiás, discutiu nesta sexta-feira, 31/07, o Seminário “Trabalho Escravo na Contemporaneidade e Tráfico de Pessoas”. Representando o Sinpro Goiás, participou do debate, a secretária de Gênero e Etnia, Profa. Zilmarina Camilo de Oliveira.
O encontro, que aconteceu na sede do sindicato, foi ministrado pela psicóloga e presidente da Astral, Beth Fernandes, que discorreu sobre as várias vertentes que envolvem o tráfico de pessoas, desde a exploração sexual, trabalho escravo, a problemas físicos e psicológicos da vítima.
Durante sua exposição, Beth Fernandes relatou que se tratando de trafico de mulheres para fora do país, 90% das vítimas são mães, que deixaram seus filhos com parentes em busca de um futuro melhor e não denunciam a exploração por ser o primeiro dado levantado pela justiça, por isso suportam todo tipo de abuso por medo de perderem a guarda de seus filhos.
Outro tipo de exploração recorrente em nosso país, é o trabalho escravo de estrangeiros como os haitianos, que muitas vezes tem qualificação em curso superior, são poliglotas e que não tem seus diplomas reconhecidos no Brasil, mas pela necessidade financeira se submetem a trabalhos desumanos.
A psicóloga foi além, retratou a realidade vivida por professores, que na maioria das vezes são explorados, com uma carga horária intensiva para ter como retorno de seu trabalho abaixo de 10 reais hora/aula, além das imposições vindas de superiores para desempenhar algo que não faz parte do exercício de sua profissão.
Dados apresentados pela Agência Brasil, mostram que de acordo com o relatório do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal, 1.735 foram vítimas de tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual, entre 2006 e 2011. Em relação ao tráfico internacional, 475 vítimas foram identificadas pelo Ministério das Relações Exteriores, entre 2005 e 2011. Desse total, 337 sofreram exploração sexual e 135 foram submetidas a trabalho escravo. Segundo a Pastoral da Terra, no Brasil entre os anos de 2003 a 2013, foram resgatados do trabalho escravo 42.664 trabalhadores.
Jor. ELEN AGUIAR
Assessora de Comunicação e Maketing do Sinpro Goiás