É preciso bagagem e técnica
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É preciso bagagem e técnica

O maior desafio é avançar nas dificuldades de um aluno,

sem que isso desmotive o outro

 

Alguns motivos me fizeram procurar a faculdade de pedagogia depois de quatro anos sem pisar numa universidade – formei-me em jornalismo em 2010. O diploma em outro curso já me permitira trabalhar como professora auxiliar de uma sala de aula, mas, conversando com muitos profissionais da área da educação, percebi que não adiantaria estar munida apenas de boa vontade; eu precisaria ter a bagagem e a técnica necessárias para atuar com as diferentes faixas etárias de crianças e poder realizar um trabalho com mais qualidade.

Iniciei as aulas na faculdade em fevereiro deste ano e, um mês depois, comecei a trabalhar em duas escolas: uma estadual, como professora auxiliar de uma sala de segundo ano do ensino fundamental, com crianças em processo de alfabetização; e outra particular, num estágio de observação com bebês entre 1 e 2 anos. Apesar do pouco tempo atuando, posso dizer que na pedagogia existe um casamento perfeito entre o teórico e o prático, o que tem me ajudado muito a compreender as dificuldades do trabalho de educar e a buscar recursos para superá-las.

Logo me deparei com o que, até o momento, enxergo como sendo o principal desafio da docência: trabalhar as particularidades de cada indivíduo dentro do grupo e avançar nas dificuldades de um sem que isso desmotive o outro.

Antes de mais nada, e em qualquer fase do aprendizado de uma criança, é preciso compreender que cada uma delas tem um ritmo que precisa ser respeitado.

Uma vez aceita a responsabilidade sobre o avanço de cada criança, com suas particularidades, todo o resto fica menos complicado, porque a necessidade de buscar alternativas para as atividades a serem realizadas dentro da sala de aula torna-se clara e urgente.

Se por um lado a minha falta de experiência e de recursos me atrapalhou nesse início, por outro, a disposição em plantar o melhor de mim em cada processo educativo e o desejo de realizar uma troca com aquelas crianças me ajudaram muito. Primeiro, a enxergar que todos, até os mais indisciplinados, estão cheios de vontade de aprender, só precisam ser compreendidos e receber a atenção e o incentivo necessários. Depois, a lidar com situações novas para mim, como solucionar conflitos entre as crianças dentro do espaço escolar. E, por último, e talvez mais importante: ajudou-me a enxergar que antes de qualquer coisa é preciso entender o que está por trás da vida de cada uma dessas crianças. Sem isso, o trabalho não sai do lugar.

*Flávia Elisa Pereira é jornalista e estuda Pedagogia no Instituto Singularidades. Escreve para o blogforadocastelo.wordpress.com

 

 

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Fonte: Revista Educação Uol

 

 

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa e Comunic. do Sinpro Goiás

 

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