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Poesia, contos e brincadeiras infantis são ferramentas de aprendizagem

Claudemir Belintane, da Faculdade de Educação da USP, fala sobre uma nova abordagem para os alfabetizadores e critica a concepção de educação dos programas governamentais

A concepção de educação que está na base dos programas governamentais precisa com urgência de mudanças. Essa é a opinião de Claudemir Belintane, professor da Faculdade de educação da USP e autor do livro “Oralidade e alfabetização: uma nova concepção da alfabetização e do letramento”, que realizou palestra hoje (23/05) na Educar Educador e Bett Brasil 2014.

“Temos várias políticas educacionais governamentais que são norteadas por uma concepção de linguagem e de leitura que na minha opinião é equivocada. Segundo ele, avaliações como a Prova Brasil estão, de maneira geral, influenciando o cotidiano das escolas e a concepção de alfabetização de leitura.

O especialista tem trabalhado nos últimos anos em soluções para enfrentar as dificuldades que muitas crianças passam nesse processo de alfabetização. “Temos um percentual alto de crianças que não conseguem se alfabetizar dos seis aos oito anos e isso é uma das demandas mais importantes do ensino no Brasil. Quando você tem um número grande de crianças que não se alfabetizam ou que têm um nível de leitura a partir do quinto ou sexto que não é suficiente para continuar seus estudos, isso é muito grave. O prejuízo é muito grande”, ressalta.


Em sua apresentação, ele destacou a importância da poesia e do uso de contos brasileiros como ferramenta de aprendizagem e procurou definir o conceito de oralidade, articulando-o à escrita , pondo em relevo a função poética da linguagem e o efeito estético das narrativas. Segundo ele, os cruzamentos entre os textos da fala cotidiana e os da poesia infantil dinamizam as operações que preparam as bases da escrita.

O especialista destacou as brincadeiras e os textos da infância – como o chamado manhês, as cantigas de ninar, as histórias, parlendas, minemonias e outros jogos, além das cantigas de roda –, e citou o uso do rébus, estratégia que utiliza a imagem para acelerar o aprendizado da escrita. “O rébus é uma espécie de dobradiça entre o oral e o escrito. Sua importância na história da escrita não foi por acaso”, destacou Belintane. Como exemplo de uso, ele citou o caso de um aluno que tinha “pavor” de letra. Como ele se angustiava sempre que se falava em leitura, Belintane utilizou imagens para escrever o nome da criança, o que envolveu o aluno no processo.

Fonte: Educar – ed. Segmento

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás

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