As principais centrais sindicais do país se reuniram, nessa quarta-feira (15), na sede nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), para discutir a agenda de luta em 2014 e traçar estratégia de ação unitária na defesa dos interesses dos trabalhadores. A proposta é retomar as lutas da classe trabalhadora, especialmente as que foram definidas em 2010 durante a 2ª Conclat (Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras).
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), durante entrevista à Rádio Vermelho, afirmou que entre as questões que foram definidas pelas centrais está a retomada da pauta entregue à presidenta Dilma Rousseff, que defende, entre outras bandeiras, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário, a manutenção da lei do salário mínimo e a luta contra a Terceirização.
“As centrais sindicais entendem que, em 2014, é imperativo o reforço da luta, só assim poderemos evitar um retrocesso de direita. Nesse sentido será muito importante impulsionar nossa atuação, em aliança com os movimentos sociais para tomar as ruas e cobrar mudanças estruturais no país. Isso passa, com certeza, pela defesa de uma reforma política que democratize o Congresso. Além disso, reforçaremos nossa luta pelo ecodesenvolvimento do país, contra a especulação rentista e pelo fortalecimento do setor produtivo nacional”, sinalizou o presidente da CTB.
Em entrevista a Rede Brasil Atual, o presidente da Central Unica dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas afirmou que as centrais também cobrarão uma audiência com a presidenta até o final do mês para discutir os temas que a classe trabalhadora não abre mão de ver avançar.
“Achamos que é um descalabro, num governo democrático popular, não ter resolvido estas duas questões, quando você tem várias políticas do governo federal com o intuito de manter a competitividade das indústrias nacionais e melhorar a concorrência. Para nós, é importante revitalizar o mercado interno com novos empregos, para novos trabalhadores”, disse ele.
Em entrevista à Rádio Vermelho, Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical, destacou que a unidade das centrais será o tom para a luta em 2014. Segundo ele, “é fundamental que o movimento sindical tenha a clareza da importância de ter uma pauta unitária sindical em um ano eleitoral”.
Para o dirigente, “ao assumir essa postura o movimento sindical mostra sua capacidade de ação unitária e, consequentemente, demostra seu compromisso em representar a classe trabalhadora em um debate fundamental que é a eleição em 2014. Para tanto, definimos a atualização das propostas que foram aprovadas na 2ª Conclat, que encaminharemos aos candidatos nestas eleições”.
As centrais sinalizaram que já está marcada nova reunião para o dia 27 de janeiro que debaterá a realização de um grande ato nacional, previsto para o próximo dia 9 de abril, em Brasília. “O objetivo do ato é pressionar o Congresso para as reivindicações dos trabalhadores”, afirmou o secretário-geral da Força Sindical.
Também deverão entrar na pauta das discussões, questões fundamentais para a melhoria de vida da classe trabalhadora e para o desenvolvimento autônomo do país como 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, mais investimentos na saúde, além de melhoria no transporte público, a valorização das aposentadorias, reforma agrária, direito de greve e de negociações coletivas no serviço público, regulamentação do trabalho doméstico, democratização dos meios de comunicação, reforma política com ampla participação popular, Marco Civil da Internet entre outros temas.
50 anos do golpe
Juruna também falou sobre o ato unificado que está marcado para o próximo dia 1º de fevereiro, em São Bernardo (SP). Segundo ele, as centrais, que integram o Coletivo Sindical de apoio ao Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical” da Comissão da Verdade, objetivam com o ato rememorar o que representou o golpe militar de 1964.
Com o tema “Unidos, Jamais Vencidos” a atividade, que faz parte das ações que buscam resgatar a memória e a verdade dos fatos ocorridos durante o a ditadura militar no país, irá homenagear os trabalhadores e sindicalistas.
No dia, os trabalhadores ou suas famílias receberão um diploma de reconhecimento por sua luta, o documento terá a assinatura de todas as centrais sindicais. Segundo os organizadores a atividade pretende também recordar os 50 anos do golpe militar instaurado em 31 de março.
Fonte: Vermelho
Jorn. FERNANDA MACHADO
Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás