O Brasil passa a integrar o Conselho Diretor do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), uma iniciativa internacional de avaliação que compara a educação em 76 países. O conselho é formado pelos 34 membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil é o primeiro país não membro da OCDE a integrar o grupo. O anúncio foi feito na segunda-feira, 21, pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

O objetivo do Pisa é produzir indicadores que contribuam para a discussão da qualidade da educação nos países participantes e para subsidiar políticas de melhoria do ensino básico. A avaliação é aplicada em jovens de 15 anos a cada três anos. O Pisa abrange três áreas do conhecimento – leitura, matemática e ciências – havendo, a cada edição do programa, maior ênfase em cada uma das áreas.

“O Brasil está entre os que mais melhoraram os resultados”, disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. “O sistema educacional brasileiro é inclusivo e de fácil acesso”. O último resultado, divulgado em 2010, mostra que o Brasil ocupa a 53ª posição em leitura e ciências e o 57º lugar em matemática. O exame avaliou 65 países, ou seja, o Brasil ocupou as últimas posições, atrás de países da América Latina, como Chile, Uruguai e México. Mesmo assim, o país foi elogiado em relatório da OCDE por atender a 95% da população em idade escolar na educação básica. Segundo Gurría, até 2021, o Brasil deve alcançar a média dos países da OCDE – que muda a cada ano.

Como membro do conselho diretor, o Brasil poderá propor mudanças na forma de avaliação. De acordo com Mercadante, esse é o objetivo principal. Os indicadores, segundo ele, não levam em consideração especificidades de países em desenvolvimento, como o fluxo escolar, por exemplo. A avaliação é aplicada sempre em jovens de 15 anos, independente da série em que estão cursando. Na maior parte dos países membros da OCDE, a grande maioria dos jovens estão de acordo com a idade escolar. No Brasil a defasagem chega a 28,2% nos anos finais do ensino fundamental (5º a 9º ano) e a 31,1% no ensino médio, que abrange essa faixa etária.

Mercadante disse que é preciso considerar as diferenças entre os países. “A renda per capita [dos países da OCDE] é três vezes superior à brasileira. O investimento em educação por estudante nos demais países também é três vezes superior ao brasileiro em termos brutos”. Sobre os avanços do país, de acordo com Mercadante, nos último 20 anos, o acesso ao ensino médio cresceu 120%, mas não foi acompanhado da melhora na qualidade de ensino. “Temos muito trabalho, muito dever de casa a fazer”.

Durante o anúncio, o ministro ressaltou a importância da destinação dos recursos do pré-sal para educação. A oferta do leilão de Libra, feito há pouco no Rio de Janeiro, garante à União 41,65% do lucro do óleo retirado do campo. “Daremos um salto em termo de recurso novo”, disse.

Fonte: Sinpro RS, com informações de Agência Brasil.