![\"SINPRO](\"https:\/\/sinprogoias.org.br\/wp-content\/uploads\/2017\/02\/SINPRO-GOI\u00c1S-BARAO-DE-ITARAR\u00c900001.jpg\")
<\/a>Medida emergencial para estancar um suposto rombo no setor, a proposta de reforma da Previd\u00eancia apresentada pelo governo de Michel Temer representa um ataque frontal \u00e0 aposentadoria e, em especial, \u00e0 classe trabalhadora. A avalia\u00e7\u00e3o \u00e9 feita por especialistas e dirigentes de centrais sindicais que se reuniram nos dias 7 e 8 de fevereiro, em S\u00e3o Paulo, em semin\u00e1rio promovido pelo Departamento Intersindical de Estat\u00edstica e Estudos Socioecon\u00f4micos (Dieese).<\/p>\n
\u201cO projeto de reforma da Previd\u00eancia apresentada pelo governo \u00e9 uma pedalada na Constitui\u00e7\u00e3o\u201d, afirma Vilson Romero. Para o presidente da Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos Auditores da Receita Federal (Anfip), a tese de rombo, comprada por todos os grandes meios de comunica\u00e7\u00e3o, \u00e9 fruto de uma \u201ccontabilidade criativa\u201d. \u201cPara o governo e para o neoliberalismo em geral, a Previd\u00eancia \u00e9 uma quest\u00e3o meramente matem\u00e1tica\u201d, critica.<\/p>\n Segundo Romero, somadas todas as fontes de financiamento, o sistema n\u00e3o tem d\u00e9ficit. Logo, o governo opta por \u2018cortar na carne\u2019 da popula\u00e7\u00e3o ao inv\u00e9s de enfrentar agendas como o combate \u00e0 sonega\u00e7\u00e3o e uma pol\u00edtica de juros que s\u00f3 beneficia o rentismo, j\u00e1 que fatias significativas da seguridade social s\u00e3o realocadas para amortizar a d\u00edvida p\u00fablica.<\/p>\n Para o economista Eduardo Fagnani, o argumento do governo de que a reforma da Previd\u00eancia tem como refer\u00eancia pol\u00edticas de pa\u00edses desenvolvidos \u00e9 uma fal\u00e1cia. \u201cReformar a Previd\u00eancia com par\u00e2metros europeus \u00e9 ignorar a realidade socioecon\u00f4mica do pa\u00eds\u201d, salienta. A analogia feita pelo professor da Unicamp \u00e9 de que os exemplos tomados s\u00e3o de pa\u00edses que j\u00e1 est\u00e3o na \u2018primeira divis\u00e3o\u2019. \u201cComo fazer uma reforma de S\u00e9rie A em um pa\u00eds que ainda est\u00e1 na S\u00e9rie C?\u201d, questiona.<\/p>\n Uma reforma a temer<\/b><\/p>\n De acordo com Fagnani, as principais v\u00edtimas da proposta do governo Temer s\u00e3o as mulheres, os trabalhadores e trabalhadoras do campo, al\u00e9m da juventude pobre. \u00a0\u201cN\u00e3o faz sentido tratar como igual quem \u00e9 desigual\u201d, argumenta. \u201cO que se gasta com juros, desonera\u00e7\u00f5es fiscais, sonega\u00e7\u00e3o, entre outros problemas, ultrapassa a cifra do trilh\u00e3o, o que supera e muito o suposto rombo da Previd\u00eancia\u201d. Enquanto mant\u00e9m intocados os privil\u00e9gios na aposentadoria dos militares ou pautas como as citadas pelo economista, que \u2018mexem no queijo\u2019 das elites, o governo agrava a situa\u00e7\u00e3o de setores mais vulner\u00e1veis da sociedade.<\/p>\n No caso da mulher, a idade m\u00ednima para aposentadoria ser\u00e1 igual a dos homens: 65 anos. \u201c\u00c9 um ataque brutal \u00e0s mulheres\u201d, alerta Carmen Foro. Segundo a vice-presidenta da CUT, as mulheres ser\u00e3o submetidas a condi\u00e7\u00f5es de vida ainda mais penosas – al\u00e9m de trabalhar igual ou mais que os homens e receber menos, a mulher ainda sofre, por exemplo, com ass\u00e9dios e abusos. Quanto \u00e0 popula\u00e7\u00e3o rural e aos jovens das periferias, a necessidade de trabalhar desde cedo e muitas vezes sem carteira assinada amplia a desigualdade de condi\u00e7\u00f5es ignorada pela reforma. O mesmo vale para os cidad\u00e3os que vivem em regi\u00f5es com baixa expectativa de vida, algumas na qual a longevidade m\u00e9dia sequer chega \u00e0 idade m\u00ednima imposta pelo governo.<\/p>\n Centrais somam for\u00e7as contra retrocesso iminente<\/b><\/p>\n Durante o semin\u00e1rio do Dieese, as centrais sindicais refor\u00e7aram a necessidade de unidade da classe trabalhadora para enfrentar a luta contra a reforma da Previd\u00eancia. Apesar da maioria parlamentar disposta a condenar milh\u00f5es de brasileiros a \u2018trabalhar at\u00e9 a morte\u2019, os trabalhadores acreditam que a luta pode barrar ou ao menos reduzir os danos do desmonte. CTB, CSP-Conlutas, CSB, CUT, CGTB, Intersindical, UGT, For\u00e7a Sindical e NCST foram as entidades participantes da atividade na capital paulista.<\/p>\n \u201cAs centrais t\u00eam papel crucial nesse momento delicado do pa\u00eds\u201d, defende Raquel Kacelnikas, vice-presidenta do Dieese. \u201c\u00c9 dever delas disseminar informa\u00e7\u00e3o e municiar os trabalhadores de conte\u00fado para a luta contra a reforma. Como o monop\u00f3lio midi\u00e1tico est\u00e1 ao lado deste governo e sua proposta de reforma, \u00e9 tarefa dos trabalhadores construir esse contraponto e travar a luta contra o retrocesso\u201d.<\/p>\n <\/p>\n *Felipe Bianchi \u00e9 jornalista do Centro de Estudos da M\u00eddia Alternativa Bar\u00e3o de Itarar\u00e9<\/em><\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Medida emergencial para estancar um suposto rombo no setor, a proposta de reforma da Previd\u00eancia apresentada pelo governo de Michel Temer representa um ataque frontal \u00e0 aposentadoria e, em especial, \u00e0 classe trabalhadora. 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