Entrevista com Sebastião Adilso Dionísio Brandão
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Prof. Sebastião Adilson Dionízio Brandão assume segundo mandato como Delegado Sindical da Universo

Prof. Sebastião Adilson Dionízio Brandão

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1) Como se sente tendo sido eleito com 130 votos favoráveis e apenas um nulo?

R: Me sinto feliz! Me sinto satisfeito nesse momento, pensando nos meus colegas da Universidade Salgado de Oliveira, nas suas necessidades, naquilo que é possível. Muitas vezes, a gente pleiteia o impossível e, é aonde não vamos perder tempo com o impossível. Me sinto feliz pelo voto nulo, inclusive, porque acredito em unanimidade. Creio em Jesus Cristo como meu Salvador. Ele não é unanimidade, quanto mais eu, simples homem, professor! Me sinto  honrado em representar os meus colegas e espero fazer isso bem durante esse período que terei essa enorme responsabilidade.

2) Qual a importância da eleição de Delegado Sindical para o fortalecimento dos trabalhadores?

R: Importante porque no nosso país é muito difícil conseguir aglutinar pessoas para discutir ideias. A situação que se instaurou de desinformação, ausência de educação e cultura, conseguiu chegar ao ponto de alienar a população. Me refiro não só a grande massa, ao povo, mas professores, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público, médicos, enfermeiros, os trabalhadores em geral. Eles conseguiram desarticular porque nós perdemos o sentido de organização. O sindicato é um exemplo disso. Como enfraquecer um sindicato? Mostrando para as pessoas que não é importante se articular e se agrupar. Para a Universo isso é um grande passo para que nós consigamos, em pouco tempo, se Deus quiser, chegar a uma aglutinação, até mesmo à uma associação de professores. Tenho visto, da eleição passada para essa, um maior número de professores se sindicalizando, se interessando pela vida sindical e isso é muito bom. É uma perspectiva de mudança que se estabelece entre trabalhadores e seus patrões.

3) Quais são as principais atribuições de um Delegado Sindical?

R: A maior delas é representar os seus colegas, aqueles que te elegeram, os professores. Levar para estes, as informações da vida sindical. Ser um porta voz do sindicato na Universidade e ser um porta voz dos professores no sindicato, trazendo as questões, as necessidades e anseios, aproximar essas pessoas ao sindicato e fazer com que elas se sintam bem representadas.

4) Quais são os desafios para este novo mandato?

R: Muitos! Levar as pessoas a compreenderem a importância do sindicato, a importância de uma representação para o trabalhador, ir contra a cultura que se instaurou neste país, que tem uma visão péssima de que sindicato não tem valor, que é somente para ganhar dinheiro dos pobres trabalhadores. Isso, nós sabemos que não é verdade. O sindicato representa uma classe e é pra essa classe se sentir representada e participar. O desafio é muito grande. É dar murro em ponta de faca, mas acredito que é possível. Não é uma coisa para já.

5) O que falta para que os professores da Universo sejam efetivamente valorizados?

R: Primeiramente, que o professor tenha consciência de que ele tem direitos além das obrigações, que eles sabem que tem. Esse professor precisa começar a se tornar um cidadão crítico, a discutir os seus problemas e não só reclamar. Nós, trabalhadores, reclamamos, mas na hora de sentarmos, investirmos um tempo para discussão de melhorias, não fazemos isso. É preciso tomar consciência de que se sentarmos para discutir, nós poderemos sim, chegar a algum lugar. O professor precisa gastar um pouquinho do seu tempo para começar a discutir questões ligadas a sua atividade como trabalhador. A segunda é participar. É dar as mãos, não só criticar e sim, estar junto.

6) Qual a necessidade de um plano de carreira para a destinação de parcela da carga horária para outras atividades em sala de aula, e, qual a sua opinião sobre os salários que ainda são baixos?

R: Os salários do professor são baixos. É necessário que se tenha uma política de valorização do professor. Toda e qualquer função nesse país passa pelas nossas mãos. Nós preparamos médicos, engenheiros, advogados, juízes, enfim, todos os profissionais e, no Brasil, tem menos valor é o professor, que prepara todas as outras profissões. Não existe um plano de cargos e salários. Atestando-se onze, doze anos, tem-se o valor de carga horária por hora aula dada. Professor não ganha para fazer pesquisa, extensão. Professor é horista, ganha-se por horas trabalhadas. Nós sabemos que docência não é só isso, pois teria que ter pesquisa, extensão, valorização para fazer mestrado e doutorado. Muitos colegas fazem isso, porém, tem-se que abrir mão de outras coisas porque na Universo não existe o auxílio que existe em outras instituições.

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Jorn. FERNANDA MACHADO

Assess. de Imprensa do Sinpro Goiás